Monday, December 04, 2006

História da Linha do Tua


1º TROÇO - FOZ-TUA-MIRANDELA

Ano de 1878
Foram apresentados dois projectos para a construção de uma linha que ligasse Mirandela e Bragança com o caminho de ferro do Douro:
- Um apresentado pelo engenheiro militar João José Pereira Dias e pelo condutor Bernabé Roxo, sob a direcção do engenheiro Sousa Brandão, pela margem direita do Rio Tua;
- Outro da autoria do engenheiro António Xavier de Almeida Pinheiro, pela margem esquerda do Rio Tua.

22 de Junho de 1882

A Câmara Municipal de Mirandela deliberou representar à Câmara dos Pares pedindo a aprovação do projecto de lei que concedia a subvenção de 135 contos de réis para garantia do juro de 5% à empresa que viesse a construir a linha férrea Foz-Tua a Mirandela. Várias individualidades importantes do Porto, nomeadamente Clemente Meneres, coadjuvaram os esforços e as petições da câmara.

11 de Janeiro de 1883

A Câmara Municipal de Mirandela representou a El-Rei, pedindo a construção da linha férrea até Mirandela e dirigiu-se à Associação Comercial do Porto solicitando os seus bons ofícios para apoio da pretensão.

Dezembro de 1883

O Governo adjudicou ao Conde da Foz a construção da linha-férrea de Foz-Tua a Mirandela. Mais tarde, trespassou o contrato de construção à Companhia Nacional de Caminhos-de-ferro, cujos trabalhos foram dirigidos pelo engenheiro Dinis da Mota.

26 de Maio de 1884

Essa adjudicação foi confirmada por um decreto do Governo.

30 de Junho de 1884

Assinatura do contrato definitivo.

16 de Outubro de 1884

Inauguração dos trabalhos em Mirandela.


27 de Setembro de 1887
Abertura solene da linha ao público, com 54 kms de distância e várias obras de arte.

29 de Setembro de 1887

Inauguração da linha com a presença de El-Rei Dom Luís, da rainha D. Maria Pia, de vários ministros e convidados, salientando-se o artista Rafael Bordalo Pinheiro. A companhia construtora ofereceu um lauto jantar com duzentos talheres no barracão do cais das mercadorias, pintado por Manini e decorado por Marques da Silva.
Na mesa real tomaram lugar o Visconde das Arcas, governador civil de Bragança, Bispo da Diocese, General Malaquias de Lemos, Presidente da Câmara Municipal de Mirandela e Visconde de Moreira de Rei, etc.

As locomotivas, que tinham os nomes de Vila Real e Mirandela, foram benzidas pelo Bispo de Bragança, que foi acolitado por 20 eclesiásticos.

01 de Outubro de 1887

O Diário do Governo dá conta do acto de inauguração.

2º TROÇO - MIRANDELA-BRAGANÇA

20 de Julho de 1903
Graças ao empenho do Conselheiro Abílio Beça, que foi deputado por Bragança e Governador Civil de Bragança, o governo resolve pôr em arrematação o prolongamento da linha férrea até Bragança, tendo-se iniciado os trabalhos após decisão da Câmara Municipal de Bragança.

Estiveram presentes nessa reunião:
- Vice-Presidente da CM de Bragança, Sebastião dos Reis Macias;
- Secretário da câmara;
- Governador Civil de Bragança, Abílio Augusto de Madureira Beça;
- Representante do Governo, engenheiro-chefe da fiscalização da linha
Foz-Tua-Bragança, Afonso Pereira Cabral;
- Representante da Companhia Nacional de Caminhos-de-ferro, inspector
da linha férrea de Foz-Tua a Mirandela, Simão Marques Pinheiro;
- Engenheiro director da construção do caminho-de-ferro de Mirandela
a Bragança, Manuel Francisco da Costa Serrão;
- Empreiteiro geral da construção da linha-férrea de Mirandela
a Bragança, João Lopes da Cruz;
- Bispo de Bragança, D. José Alves Mariz.

Compareceram também outras classes sociais da área comercial, industrial e artística.

As pessoas mais directamente ligadas à construção da linha-férrea de Mirandela a Bragança tiveram um destino infeliz. O Conselheiro Abílio Beça morreu sob a s rodas de um vagão na estação de Rossas quando tentou subir para o comboio em andamento. O empreiteiro João Lopes da Cruz faliu sem ter chegado ao final da construção e o engenheiro Costa Serrão, director da construção da obra não conseguiu, por isso, satisfazer os seus débitos.

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