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linha do tua
Thursday, October 13, 2011
Comunicado - Movimento Cívico pela Linha do Corgo
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Tuesday, October 11, 2011
Comunicado conjunto sobre o despacho que autoriza abate de milhares de sobreiros e azinheiras
O Governo, para viabilizar a construção da barragem da Foz do Tua, vem agora emitir um Despacho para autorização do abate de milhares de sobreiros e azinheiras no Vale do Tua, afectando de modo irremediável o património natural do Vale do Tua, um dos melhores conservados de Portugal.
COAGRET, MCLT, ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO VALE DO RIO TUA
Monday, October 10, 2011
Vale do Tua. Até quando?
A harmoniosa convivência entre o rio e a linha férrea, ao longo de mais de um século, fazem do Vale do Tua um exemplo de como o progresso e a natureza podem conviver em perfeita simbiose. E é este património único, deixado pelos nossos antepassados, que está a ser destruído, com o aval de governantes e gente indiferente aos muitos gritos de protesto!
A Linha do Tua, que acompanha o rio Tua ao longo do vale, é uma obra de engenharia excepcional, perfeitamente integrada na dureza do local escarpado onde foi construída. Projectada em 1878, levou anos a ser construída e mereceu a visita de reis, rainhas, ministros, bispos, artistas, entre outras personalidades da história do país. Esta linha de caminho de ferro é considerada uma das mais belas linhas férreas de montanha da Europa.
Viajar na Linha do Tua é uma viagem no tempo, na história e na natureza; percorrer o Vale do Tua e uma paisagem magnífica, escarpas medonhas que pontuam aqui e ali o rio, que corre livre; as encostas metem respeito, mas a fauna e a flora continua a descobrir-se a cada momento, num simples desvio do olhar… A Linha do Tua é o melhor meio de acesso, único em muitos pontos, para se conhecer e viver o vale do Tua e Trás-os-Montes na sua plenitude, para o percorrer.
Lá no fundo, junto ao rio, o céu parece mais distante. Talvez porque estamos no paraíso. Aqui sente-se o pulsar do planeta! A natureza foi generosa com águas sulfurosas em ambas as margens do Tua, Carlão e São Lourenço…que privilégio o nosso! E somos tão pequenos perante esta imensidão que não nos resta senão contemplar a natureza e meditar.
Se os decisores políticos descessem a este pedaço de mundo e o sentissem, perceberiam a importância do Vale do Tua…para as suas gentes, para nós, e para tantos outros.
E como é incompreensível que esteja a ser construída uma barragem desta dimensão em pleno Douro Vinhateiro, Património da Humanidade, classificado pela UNESCO, entidade já formalmente informada pela Quercus A.N.C.N. Na Foz do rio Tua, estão a ser destruídos muros centenários, oliveiras, azinheiras, freixos, salgueiros, toda a vegetação ribeirinha do rio Tua, em plena época de nidificação de diversas espécies.
Esta barragem, a ser construída, afectará de modo irremediável o ecossistema do Vale do Tua, último reduto de várias espécies de flora e fauna (em termos de avifauna semelhante ao Douro Internacional e ao Sabor) já em termos de quirópteros (morcegos) como é admitido no EIA ficaram muitos refúgios por conhecer devido à sua inacessibilidade. Abriga ainda espécies protegidas de répteis e mamíferos segundo os respectivos livros vermelhos de Portugal.
De forma impune as máquinas avançam na tentativa de construírem um gigantesco muro de betão, para a tão propagandeada Barragem de Foz Tua.
Em causa está também o cumprimento da Directiva Quadro da Água, por destruição da qualidade da água. A eutrofização de uma tão grande massa de água parada será evidente; a consequente deterioração da qualidade da água levará a que sejam aplicadas sanções a Portugal, uma vez mais com custos para os contribuintes.
A navegabilidade do Douro está em risco, segundo comunicação do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, da foz do rio Tua para montante. De acordo com esta entidade, a verificar-se esta situação, estão seriamente comprometidos centenas de postos de trabalho relacionados directa ou indirectamente com o turismo fluvial e o turismo rural. E quem se responsabilizará no futuro, apesar dos alertas feitos?
A construção da Barragem de Foz Tua provocará a perda irremediável da Linha do Tua tal como a conhecemos; o comboio é o único transporte público para muitas populações ribeirinhas, e o garante da mobilidade na região com a sua ligação à Linha do Douro e aos maiores centros populacionais; património reconhecidamente potenciador de turismo e de desenvolvimento económico na região, a Linha do Tua juntamente com a Linha do Douro, permitiria além da travessia de Trás-os-Montes, a ligação a Puebla de Sanábria e à Alta Velocidade espanhola, a ligação de 5 importantes patrimónios classificados pela Unesco (Guimarães, Porto, Douro Vinhateiro, Côa e Salamanca). O turismo ferroviário e cultural são alavancadores do desenvolvimento e do crescimento populacional.
A Linha do Tua percorre Trás-os-Montes, serve as gentes locais, transporta milhares de visitantes de todos os cantos do mundo. O que pode ganhar um país quando destrói uma linha férrea centenária que atravessa toda uma região interior que não tem outra alternativa que não uma futura auto-estrada com elevadas portagens?
Por estas e muitas outras razões, estão em risco os últimos dois pilares de desenvolvimento da Região de Trás-os-Montes e Alto Douro: a Agricultura e o Turismo. Recorde-se que estas duas actividades não são deslocalizáveis e são de alto valor acrescentado.
Os impactes da construção desta barragem são irreversíveis e hipotecam para sempre o futuro de Trás-os-Montes, considerada já a sub-região mais pobre da Europa dos 27, conforme estudo publicado há alguns meses atrás pela Comissão Europeia.
No actual momento que vivemos, de crise económica constantemente lembrada, não há moralidade, responsabilidade e visão politica para pensar e rever o modelo de desenvolvimento que se quer para o país?
Há que diminuir o fosso entre quem vive no litoral e grandes centros urbanos e quem sobrevive num interior cada vez mais despido de tudo, até de identidade e originalidade. Porque nos tiram tudo. Até quando?
Thursday, October 11, 2007
Pedido de ajuda e colaboração
enviem pf sugestões, formas de colaboração , formas de luta ,apoios.... todo o tipo
divulguem por favor
Mail linhadotua@gmail.com
www.linhadotua.net
Declaração Política sobre a barragem do Tua
Declaração Política da
Deputada Heloísa Apolónia (“Os Verdes”) sobre o Programa Nacional de Barragens, proferida na Assembleia da República a 11 de Outubro de 2007
Sr. Presidente
Srs. Deputados
Está em discussão pública o Programa Nacional de Barragens. Depois de se ler o programa e o seu relatório ambiental acaba até por ser confrangedor ouvir declarações do Sr. Ministro do Ambiente a alegar que as razões ambientais estiveram na base da selecção da localização destes empreendimentos. Aquele membro do Governo que deveria ser o guardião do património ambiental e da valorização desse património, é aquele que anui em projectos que destroem o potencial que este país tem em termos ecológicos.
O primeiro grande erro crasso deste Programa é constatar que os consumos de electricidade têm crescido constantemente e aceitar piamente que essa realidade é para continuar e que, assim, há que encontrar mecanismos para servirem esse aumento de consumo de electricidade. Portanto, todo o discurso sobre aumento de eficiência energética, sobre a imperativa alteração do paradigma de consumos com vista à poupança energética está visto que é mesmo só discurso e que não constitui qualquer objectivo do Governo.
Por outro lado, o Programa aposta nas grandes barragens, em detrimento da produção mais localizada, sabendo-se, como hoje se sabe, que a perda no transporte de energia ronda os 60%, o que dá bem conta do desperdício energético que existe neste país. A aposta na produção localizada e sustentada, com grande peso para a micro-geração deveria ser o caminho a prosseguir, em detrimento de mega-projectos que delapidam o nosso património natural e que inviabilizam potencialidades de desenvolvimento agregadas a esse património.
Uma das grandes lacunas do estudo ambiental do Programa de Barragens é a avaliação dos impactos desta barragem sobre o litoral. Andamos sempre a falar da fragilidade do nosso litoral, das agressões que sobre ele se cometem, da erosão da nossa zona costeira e, sabendo do grande impacto que as barragens têm sobre o entrave ao transporte de sedimentos, decide-se, assim, construir 10 grandes barragens sem aferir pormenorizadamente do impacto que vão ter sobre o litoral. Isto é no mínimo irresponsável.
Dir-se-á, mas isso será avaliado no estudo de impacte ambiental que posteriormente será feito sobre cada uma das 10 barragens. Será? Mas esse, Srs. Deputados, é outro dos grandes logros deste programa. Esta lógica demonstra bem para que servem os Estudos de Impacte Ambiental em Portugal. Primeiro decide-se o que se vai construir e onde e depois faz-se um estudo de impacto ambiental, que já não terá qualquer peso sobre a decisão de construção dos projectos e da sua localização.
Mas este Programa também revela bem para que serviu verdadeiramente a nova lei da água. O Programa de Barragens revela que vai provocar a degradação da qualidade das águas e piorar o estado dos ecossistemas aquáticos e as zonas húmidas dependentes. Uma lei tão apregoada para garantir a boa qualidade das águas num país saturado pela intensificação da poluição dos seus recursos hídricos, afinal, como “Os Verdes” denunciaram na altura, tinha como verdadeiro objectivo a fixação dos direitos daqueles a quem é atribuída a gestão do recurso água, com poderes de licenciamento e de usos durante décadas e décadas, numa lógica de privatização real de patrimónios colectivos.
Este Programa de Barragens despreza os valores patrimoniais e ambientais, que, se valorizados, são inegavelmente factores de desenvolvimento e de melhoria das condições de vida das populações e das regiões.
A barragem que é proposta para a Foz do Tua é bem demonstrativa disso mesmo. O relatório ambiental quando procede à avaliação sumária deste empreendimento omite inexplicavelmente um conjunto de parâmetros que fazem parte da realidade regional, que só se pode entender que nunca sejam referenciados por constituírem uma incalculável perda, que ao ser tida em conta muito pesaria para não se optar pela construção dessa barragem.
Como é possível que o impacto paisagístico numa das mais belas zonas do Tua (Fragas más) seja omitida no estudo? Como é possível que a classificação pela UNESCO de zonas, de Carrazeda de Ansiães e Alijó, como património da humanidade, que serão afectadas, seja omitida? Como é possível que a linha ferroviária do Tua, considerada a terceira mais bela via estreita do mundo seja completamente omitida nos parâmetros de avaliação dos efeitos de uma barragem que se propõe submergir, como refere o estudo, 35Km dessa linha? Depois do desastre ecológico irreparável que vai constituir a barragem do Sabor, a riqueza patrimonial de Trás-os-Montes tem de continuar a ser sacrificada com a construção de mais barragens? E esta é justamente uma das barragens que o estudo confere que não vai reflectir-se em melhoria do rendimento nem num maior bem-estar das populações da região, ao contrário, vai eliminar elementos que podem contribuir para o seu rendimento, como o solo e uma linha ferroviária com potencialidades de se articular com a linha do Douro e com a ligação a Espanha.
Sr. Presidente
Srs. Deputados
Os sucessivos Governos têm insistido em deixar uma marca de poder associada a grandes obras, a grandes empreendimentos – foi assim com as auto-estradas, com pontes e edificações, e para esse efeito estas barragens servirão na perfeição. Mas para as necessidades do país este programa de barragens é notoriamente desadequado e muito pouco sustentado na sua avaliação ambiental.
Thursday, March 08, 2007
Com a devida vénia
Pelo meu prisma | |||
Meu comboio do Tua | |||
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Data de Publicação: 08/03/2007 | |||
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